domingo, 20 de novembro de 2016

Barragem de Sobradinho chega a 6% da capacidade e Chesf reduz a vazão

Anúncio foi feito pela superintendência durante reunião em Petrolina, PE.
Nesta segunda-feira (21), a vazão passará de 800m3/s para 750 m3/s.

Vazão da barragem de sobradinho será reduzida a partir desta segunda (21) (Foto: Reprodução/ TV São Francisco)

A Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) vai reduzir a partir desta segunda-feira (21), a vazão de água da barragem de Sobradinho, que fica no estado da Bahia. O anúncio oficial foi feito pela superintendência da companhia nesta quarta-feira (16) durante uma reunião realizada no município ribeirinho de Petrolina, no Sertão de Pernambuco. A medida foi tomada em decorrência da diminuição do nível do reservatório, que chegou a 6% da sua capacidade total.
De acordo com o diretor de operações da Chesf, João Henrique Franklin, a autorização foi para reduzir de 800 m3/s  para 700 m3/s, mas inicialmente será atingido o patamar de 750 m3/s  e o processo será feito de forma gradativa. "Nós estamos em uma situação de baixa vazão do Rio São Francisco e fomos autorizados pela Agência Nacional de Águas (ANA) e pelo Ibama a fazer uma nova redução. A vazão de saída está em 800 m3/s e por medida de segurança hídrica estamos autorizados para uma nova redução para 700 m3/s. Na segunda-feira (21) vamos para o patamar de 750 m3/s e faremos um monitoramento da situação. A depender desse monitoramento praticaremos o 700 m3/s ”, explica.

Usina de Sobradinho, Bahia (Foto: Reprodução/ TV São Francisco)

Segundo a Chesf, desde o ano de 2013, a situação está crítica do ponto de vista de chuvas na bacia do Rio São Francisco, o que fez com que a redução acontecesse de forma gradativa. Em 2013, a vazão era de 1000 m3/s. Em 2015, a barragem de Sobradinho chegou a 1% do volume útil. Atualmente a barragem encontra-se em um nível de 6%, mas esse nível está caindo, devido a vazão que é na faixa de 500 m3/s com uma saída de 800 m3/s.
A redução afeta diretamente os agricultores dos projetos irrigados do Vale São Francisco e ribeirinhos. “Evidente que isso implica em uma necessidade de adaptação de todos os usuários. O próprio setor elétrico tem que ser adaptado gerando energia de outras fontes alternativas, a exemplo das eólicas, térmicas e transferindo a energia para região Sudeste e da região Norte para o Nordeste. Os agricultores têm que fazer aquelas adequações que significam fazer uma dragagem, aproximar mais a canalização até o trecho do rio”, esclarece o diretor de operações da Chesf.

Baronesas tomam às margens do Rio São Francisco em Petrolina, PE

Plantas prejudicam navegação das barcas que transportam passageiros.
Marinheiro diz que nos últimos anos a situação tem piorado na região.

Baronesas se espalham às margens do Rio São Francisco (Foto: Reprodução/ TV Grande Rio)

Em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, às margens do Rio São Francisco estão tomadas pelas baronesas. As plantas aquáticas se tornaram símbolo da poluição, já que essa espécie se alimenta da matéria orgânica dos esgotos jogados no Velho Chico.
As baronesas se espalharam tanto, que é difícil até visualizar à margem do rio. Essa paisagem não tem agradado os ribeirinhos. “Horrível, triste de ser ver”, relata a dona de casa, Cecília da Silva Oliveira.
Gilberto Avlino é marinheiro há seis anos e disse que as baronesas sempre estiveram nesta região, mas que nos últimos anos a situação tem piorado. “Elas continuam avançando. A gente vê a manutenção, fazendo a limpeza, mas eles não estão sabendo trabalhar e dar a manutenção adequada”, relata.
As plantas também prejudicam a navegação das barcas que fazem transporte de passageiros diariamente. “Essa planta pode enganchar no eixo da embarcação com a hélice e atrapalhar e dar um problema no motor. Se ela travar, o eixo pode não girar”, conta o barqueiro, Daniel Rabelo.