quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Chuvas elevam volume útil de reservatórios no Nordeste

Os reservatórios da Usina de Boa Esperança, no Rio Parnaíba (PI e MA), da Usina de Pedra, no Rio de Contas (BA), de Sobradinho (BA) e Luiz Gonzaga (Itaparica – PE), todos no São Francisco, tiveram seu volume útil elevado devido ao aumento das chuvas na Região Nordeste neste mês, segundo a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf).
A Bacia do Rio de Contas se encontra em seu período chuvoso, fazendo o reservatório da Usina de Pedra atingir um armazenamento correspondente a 63,8 % do volume útil. A elevação da sua vazão defluente (água que sai) tem sido feita de forma gradativa e se encontra atualmente em torno de 360 metros cúbicos por segundos (m³/s), com afluência (água que chega) de aproximadamente 550 m³/s.
Boa Esperança teve um aumento no seu volume útil para 43,5 %, devido aos índices de chuvas acima da média histórica neste mês. Até o dia 26, a afluência foi de 980 m³/s. Já a defluência permanece em torno de 250 m³/s.
O Reservatório da Usina de Sobradinho também apresentou uma alteração positiva. Até o inicio de janeiro estava com o volume útil em torno de 2%, o menor da sua história. No dia 26, por causa da mudança do quadro, já atingia 6,2%, praticando uma vazão de 800 m³/s, com afluência de 3.300 m³/s.
O Reservatório da Usina de Luiz Gonzaga também apresentou aumento de águas. No início de janeiro estava com o volume útil em torno de 13 %. Até o dia 26, já atingia 41,6 %.
Apesar do aumento do volume útil nesses reservatórios, segundo informações do CPTEC/INPE, a previsão climática para o final de janeiro e ainda fevereiro e março indica chuvas abaixo da faixa normal para grande parte do Nordeste.
A Chesf mantém, em todas as Bacias do São Francisco, Parnaíba e Contas, postos para acompanhamento da situação hidrológica. Qualquer alteração nas vazões dos rios dependerá dos índices pluviométricos desse período úmido em curso.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Cemig anuncia medidas para garantir reserva de água no rio São Francisco

Objetivo é impedir que o rio possa parar de correr durante o período crítico da seca




O gerente de Planejamento Energético da Cemig, Marcelo Deus, anunciou nesta quarta-feira que a companhia, a Agência Nacional de Águas (ANA), o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e outros órgãos do setor vão adotar medidas para o monitoramento da vazão do reservatório de Três Marias, a fim de garantir reserva de água para regularizar o Rio São Francisco durante todo o ano. O objetivo é impedir que o rio possa parar de correr durante o período crítico da seca, alerta feito pela presidente do Comitê de Bacia do Entorno do Lago de Três Marias e secretária do Comitê Federal da Bacia do São Francisco, Silvia Freedman.
Conforme o Estado de Minas revelou em sua edição de ontem, Silvia alertou, diante da liberação de maior quantidade de água para garantir a manutenção do reservatório da Usina de Sobradinho (BA), que está em situação crítica, com apenas 2,02% de seu volume útil, que não está sendo feita reserva em Três Marias para a regularização do Velho Chico no período crítico da seca. Ela disse que, sem a “poupança hídrica”, o rio pode até parar de correr quando chegar o pico da estiagem, em setembro ou outubro. “Mas serão tomadas medidas exatamente para afastar essa preocupação”, afirmou o gerente da Cemig.
Atualmente, o reservatório de Três Marias está com 6,81% do seu volume útil, o menor para um mês de janeiro nos últimos três anos. Marcelo de Deus afirma que o comitê de monitoramento do reservatório decidiu reduzir a vazão liberada por Três Marias de 300 para 252 metros cúbicos por segundo. Por outro lado, a afluência (quantidade de água que chega ao reservatório), que até a semana passada era de 300 metros cúbicos por segundo, aumentou para 398 metros cúbico por segundo, devido às chuvas.
Ontem, Silvia Freedman criticou a decisão da Cemig e dos demais órgãos gestores do setor de fixar uma meta para que o reservatório de Três Marias tenha 3% do seu volume útil no final do ano. “Essa margem de 3% é extremamente arriscada para o período da seca desse ano. Sugiro que o comitê de monitoramento diminua a vazão de Três Marias e aumente para no mínimo 5% a 7% a margem de segurança.”
Marcelo de Deus disse que a meta de 3% é baseada em experiências anteriores da Cemig e que ela foi estipulada para garantir a liberação de água para usuários e cidades situadas abaixo da represa durante todo ano. Ele afirmou que, mesmo se Três Marias chegar a 0 do seu volume útil, ainda assim terá como liberar água para garantir que o Velho Chico continue correndo. Disse ainda que o volume morto do reservatório é de 3,5 bilhões de metros cúbicos e que, mesmo não existindo descarga de fundos, há meios técnicos para liberação de até 80 metros cúbicos por segundo do próprio volume morto.
Ontem, o prefeito de Pirapora, Heliomar Valle da Silveira, o Leo Silveira (PSB), salientou que vem fazendo gestões junto aos órgãos responsáveis para que seja feita reserva em Três Marias a fim de garantir o abastecimento da cidade durante o período da seca.