terça-feira, 1 de novembro de 2016

Vazão do São Francisco deverá ser reduzida ainda nesta semana

A vazão do rio São Francisco, nos reservatórios de Sobradinho (BA) e Xingó (AL), deverá ser reduzida nos próximos dias de forma gradual, de 800 para 750 metros cúbicos por segundo (m³/s) e, em seguida, para 700 m³/s, a depender dos impactos ambientais. A decisão foi anunciada na manhã desta segunda-feira (31.10), na reunião da Agência Nacional de Águas (ANA), realizada em Brasília (DF), e transmitida por videoconferência para todos os estados da bacia do São Francisco.
A medida foi anunciada depois que a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) manteve a posição de não assumir as condicionantes estabelecidas pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para reduzir a defluência no rio. O principal argumento da Chesf, apresentado pelo diretor de Operação da empresa, João Henrique de Araújo Franklin, é a de que o setor elétrico não é principal usuário das águas do São Francisco. “O setor elétrico se mantém, possui outras fontes para geração de energia”, afirmou, acrescentando que a redução da vazão deve ser aplicada para garantir os usos múltiplos das águas são-franciscanas.
Diante da posição da Chesf, a diretora de Licenciamento Ambiental do Ibama, Rose Mirian Hofmann, explicou que as condicionantes definidas pelo órgão terão que ser obedecidas. “Se não for nesse momento, elas serão migradas quando da renovação da licença de operação da Chesf”, disse. A resolução da ANA com a redução da vazão deverá ser publicada no Diário Oficial da União (DOU), edição desta terça-feira, dia 1º de novembro.
No dia 7 de novembro, haverá outra reunião na ANA para continuar a discutir a questão. O encontro, marcado para começar às 10h, também será transmitido por videoconferência, a fim de garantir a maior participação dos estados nas discussões. Em tempo: as condicionantes questionadas pela Chesf são as seguintes: um estudo sobre lagoas marginais; outro sobre a área socioeconômica; um terceiro sobre monitoramento da fauna; e, por fim, um sobre monitoramento da água subterrânea.

Vazão do São Francisco será reduzida a 700 m³/s até janeiro

O Diário Oficial da União circula nesta terça-feira (1º/11), com a resolução nº 1.283 da Agência Nacional de Águas (ANA), que dispõe sobre a redução temporária da descarga mínima defluente dos reservatórios de Sobradinho e Xingó, no rio São Francisco, para 700 metros cúbicos por segundo (m³/s) até 31 de janeiro de 2017. a medida foi anunciada nesta segunda-feira (31/10), em reunião promovida pela agência federal com diversos órgãos relacionados ao tema e com representantes dos estados da bacia hidrográfica.
A ANA esperou uma definição da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), que havia solicitado a defluência reduzida, mas se negou a aceitar as condicionantes definidas pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), devido aos impactos ambientais provocados pela medida. A Diretoria de Operação da empresa considerou que, por não ser o principal usuário das águas do São Francisco, não lhe caberia realizar os estudos estabelecidos pelo Ibama.
Diante do impasse, a Diretoria Colegiada da ANA decidiu tomar a iniciativa devido à grave crise hídrica que se apresenta no âmbito da bacia do São Francisco. Na reunião de ontem na agência federal, os técnicos do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) apresentaram os dados contendo a previsão hidrológica na bacia hidrográfica do rio São Francisco para as duas próximas semanas, os quais não apontam período confortável, apesar do início do chamado “período úmido”.