segunda-feira, 5 de setembro de 2016

USO E OCUPAÇÃO DO SOLO ÀS MARGENS DO RIO SÃO FRANCISCO NO MUNICÍPIO DE PETROLINA-PE: IMPACTOS AMBIENTAIS NO CANAL FLUVIAL

A atual situação geoambiental da calha fluvial do São Francisco expõe profundas transformações provocadas pela ação antrópica ao longo dos últimos séculos comprometendo a qualidade ambiental. Essas transformações da paisagem têm acarretado impactos ambientais no canal fluvial e são descritos nesse estudo tais como, o desmatamento das suas margens, o uso intenso das águas pelas gigantescas obras de engenharia, o crescimento e a concentração populacional, superexploração dos solos por meio da especulação imobiliária, aplicação de técnicas inapropriadas pelos grandes empreendimentos voltados para o uso e ocupação do solo. Como estudo de caso, foi selecionado o município de Petrolina-PE, localizado no extremo sudoeste do estado de Pernambuco, na Mesorregião do Sertão do São Francisco, com população estimada de 319.893 habitantes (IBGE, 2013), isso devido às intensas atividades produtivas e a crescente demanda por espaço urbano, que expõem sérios problemas de gestão dos resíduos domésticos, industriais e agropecuários, e a ausência de infraestrutura de saneamento básico às margens do rio. Com isso, boa parte da população convive com a deficiente infraestrutura em saneamento básico e inconstante oferta de água potável. Uma realidade paradoxal na área de estudo é a produção do espaço geográfico nas zonas urbana e rural às margens do rio, onde são crescentes os empreendimentos imobiliários em forma de condomínios horizontais, considerados como novos modelos de urbanização que vem surgindo não somente em grandes metrópoles, mas disseminados em cidades pequenas e médias de todo país. Há também a disseminação dos condomínios verticais fechados, concentrados no espaço urbano da orla fluvial, também destinados à classe média alta. Foi verificado também a implantação de empreendimentos públicos, nas esferas federal, estadual e municipal, e outros empreendimentos privados a exemplo de bares e restaurantes, estes em sua grande maioria na zona urbana. As construtoras e o setor imobiliário especulativo além de não demonstrar nenhuma preocupação com os impactos ambientais diretos (obras de engenharia) e indiretos (lixo, sedimentos e esgoto) na calha fluvial fazem uso dos informes publicitários e procuram atrair o consumidor se utilizando da vista panorâmica e privilegiada do rio São Francisco. Essa transformação criou também um acesso restrito ao rio tanto para os moradores dos condomínios quanto dos demais empreendimentos, formando assim novas áreas nobres na cidade. Portanto esses empreendimentos estão em situação irregular, isto é, em desacordo com as Leis Federais e Municipais, principalmente ao destino final dos efluentes sendo jogados direto no rio, prejudicando a qualidade ambiental da região. A Dialética da Natureza é a proposta como método de estudo que analisou essa complexa relação sociedade-natureza. Os levantamentos bibliográficos e cartográficos de dados primários e secundários, materiais e confecção de produtos cartográficos e trabalhos de campo foram os procedimentos metodológicos para a observação e identificação dos impactos ambientais presentes na margem do rio que expõe a situação geoambiental dessa importante unidade da bacia hidrográfica do São Francisco. Nesse sentido, foram realizados os seguintes diagnósticos: análises da água e do solo, vegetação, uso e ocupação do solo. Os procedimentos de ensaio das características físicas, biológicas e inorgânicas das amostras de água, coletadas em seis pontos estratégicos, foram baseados no Standard Methods, registrados por meio de quatorze parâmetros. Os procedimentos de ensaio das amostras de solo foram baseados no método LQA-PT-015/APHA, método 3120, com o objetivo de detectar a presença de metais pesados às margens do rio nos fundos do único curtume da cidade. O diagnóstico da ação antrópica na área de estudo estão registrados através de ilustrações fotográficas georeferenciadas e da elaboração de mapas temáticos referentes à topografia, geomorfologia, clima, distribuição da cobertura vegetal, uso, ocupação e evolução urbana.

Baixe o estudo completo no endereço: http://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/14239