quinta-feira, 30 de julho de 2015

Resolução da ANA mantém vazão do Rio São Francisco em 900 m³/s

Uma resolução publicada na edição desta quinta-feira, 30, do Diário Oficial da União prorrogou até o dia 31 de outubro a redução temporária da descarga mínima instantânea dos reservatórios de Sobradinho e Xingó, no rio São Francisco, no patamar de 900 m³/s. Esta vazão começou a ser adotada em 30 de junho.
A bacia do rio São Francisco vem enfrentando condições hidrológicas adversas, com vazões e precipitações abaixo da média, com consequências nos níveis de armazenamento dos reservatórios instalados na bacia. Esta situação tem levado a ações de flexibilização das vazões mínimas defluentes dos reservatórios. Neste contexto, a ANA vem autorizando desde a Resolução ANA nº 442/2013 a redução da vazão mínima defluente abaixo de 1.300 m³/s em Sobradinho e Xingó.

A redução temporária da vazão mínima defluente dos reservatórios de Sobradinho e Xingó leva em consideração a importância dos reservatórios de Sobradinho, Itaparica (Luiz Gonzaga), Apolônio Sales (Moxotó), Complexo de Paulo Afonso e Xingó para a produção de energia do Sistema Nordeste e para o atendimento dos usos múltiplos da água na bacia. Serão considerados os dados da estação de Juazeiro (BA) para controle das defluências de Sobradinho e da estação de Propriá (SE) para controle das defluências de Xingó.

De acordo com as resoluções da ANA sobre o tema, a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), responsável por aplicar a redução temporária, está sujeita à fiscalização da Agência. A Chesf também deve dar publicidade das informações técnicas da operação aos usuários da bacia e ao Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) durante o período de vazões defluentes mínimas reduzidas.

Sobradinho

A hidrelétrica de Sobradinho fica na Bahia, a 748 km da foz do rio São Francisco. Além da geração de energia, o reservatório cumpre o papel de regularização dos recursos hídricos da região, que abrange munícipios como Juazeiro (BA) e Petrolina (PE). Operada pela Chesf, a hidrelétrica tem potência instalada de 1.050.300 kW e seu reservatório tem capacidade de armazenamento de 34,1 bilhões de litros.

Xingó

Localizada entre Alagoas e Sergipe, a hidrelétrica de Xingó também é operada pela Companhia Hidroelétrica do São Francisco. Com capacidade de armazenamento de 3,8 bilhões de metros cúbicos em seu reservatório, Xingó tem uma potência instalada de 3.162.000 kW. A hidrelétrica está a 179km da foz do São Francisco, entre os municípios de Piaçabuçu (AL) e Brejo Grande (SE).
 
por Redação com Assessoria
Fonte: http://aquiacontece.com.br/noticia/2015/07/30/resolucao-da-ana-mantem-vazao-do-rio-sao-francisco-em-900-ms

Projetos hídricos preveem economia de até 70% em perímetros do São Francisco

Na primeira semana do mês de abril, será entregue um grupo de projetos que proporcionarão uma economia anual de de 60% a 70% do volume de água utilizada nos perímetros irrigados de Bebedouro (PE), Curaçá (BA), Tourão (BA) e Maniçoba (BA).
O investimento totalizou R$ 1,5 milhão, com recursos da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e do Ministério da Integração Nacional, por meio da Secretaria Nacional de Irrigação (Senir).
“Esse é um investimento de resultado rápido e eficaz, que irá proporcionar ao agricultor a redução de gasto com energia elétrica, diminuição significativa do consumo de água, incremento da superfície da área útil irrigável e consequentemente aumento da produtividade. Ganha o produtor e ganha o meio ambiente”, afirma o presidente da Codevasf, Elmo Vaz.
Os projetos trazem detalhes sobre todos os pontos necessários que vão permitir aos agricultores realizar a substituição dos seus sistemas de irrigação originais, com sulcos perdulários, por sistemas localizados mais eficientes, como gotejamento e microaspersão, a exemplo do piloto implantado no perímetro Mandacaru. 
Localizado a cerca de dez quilômetros da sede de Juazeiro (BA), o perímetro Mandacaru prevê, além da economia de água na irrigação de todo o perímetro, um ponto final no desperdício de água, com maior eficácia na aplicação dos produtos químicos, melhor desenvolvimento da planta, economia de energia elétrica, redução dos custos de produção, aumento significativo dos índices de produtividade e melhoria da renda do produtor.
De acordo com Frederico Calazans, que é secretário-executivo da Área de Gestão dos Empreendimentos de Irrigação da Codevasf, a introdução de algumas inovações no desenvolvimento dos projetos, como os testes de bulbo, que permitem, por exemplo, uma melhor definição dos equipamentos a serem instalados, vai propiciar uma economia ainda maior nos quatro perímetros onde a metodologia deve ser implantada.
“Nos projetos concebidos pela empresa vencedora da licitação, sob a supervisão dos técnicos da Codevasf, chegamos a uma economia média de 60% de água nos perímetros e com uma precisão ainda maior do que no Mandacaru”, explica.
Calazans acrescenta que o custo total estimado para a implementação de todos projetos é em torno de R$ 39 milhões. “A agricultura irrigada deve ser repensada, conduzida, ao máximo, na eficiência pelo uso da água. Com essa economia, essa água pode ser, inclusive, direcionada para outros usos, dentre eles, energia elétrica, consumo humano, indústria. A criação de um fundo de modernização da agricultura irrigada poderia facilitar o acesso dos produtores aos recursos necessários para implementar os projetos em suas propriedades”, opina.
O engenheiro Rodrigo Franco, que é um dos fiscais do projeto, destaca a relevância dessa ação, sobretudo em uma época em que o País passa por uma crise de abastecimento hídrico. “Esse projeto é importante não só para a região. Ele é importante para qualquer lugar do planeta em que haja desperdício de água. Não se justifica mais trabalhar com irrigação por superfície. A metodologia que desenvolvemos está comprovada e aprovada. É pegar e implantar”, reforça.
Os produtores de Bebedouro, Curaçá, Maniçoba e Tourão estão ansiosos por receber os projetos. É o caso de Domingos Rocha da Silva, que há 33 anos atua no perímetro Curaçá. Em seu lote, com cerca de sete hectares, ele planta manga e coco. “Estou bem animado. Os outros produtores que já fizeram a mudança do sistema me disseram que diminuem os custos com água. Chegando aqui, o que eu mais quero é montar logo. Só vai trazer benefícios”, disse.
Fonte: http://www.brasil.gov.br/infraestrutura/2015/03/projetos-hidricos-preveem-economia-de-ate-70-em-perimetros-do-sao-francisco