segunda-feira, 28 de maio de 2018

Dia do Rio volta a ser discutido durante videoconferência da ANA

A principal discussão na reunião promovida nesta segunda-feira (21 de maio) pela Agência Nacional de Águas (ANA), em Brasília (DF), foram as condições hidrológicas da bacia do Rio São Francisco para a flexibilização do chamado Dia do Rio. A medida, fixada pela agência, suspende as captações de água às quartas-feiras, mantendo-se apenas o atendimento ao abastecimento humano e dessedentação animal. Os representantes dos perímetros irrigados pleiteiam a mudança da data e até a suspensão a partir de agosto.
Os representantes dos perímetros irrigados Tourão, Jaíba e Nilo Coelho questionaram a economia atingida com a prática do Dia do Rio. O argumento é que aumenta o valor pago pelo consumo de água, devido a uma operação compensatória que é feita das 18h às 21h. Foram apresentadas quatro propostas: a primeira visa modificar a resolução 33 da ANA, que versa sobre o tema, a fim de operar em metade do tempo, ou seja, apenas 12h de suspensão; para os perímetros irrigados, a suspensão proposta seria das 15h às 3h nos meses de junho e julho; para os agricultores fora dos perímetros irrigados, mudança do Dia do Rio para os domingos; e a suspensão em definitivo da medida restritiva de agosto a dezembro para todos.
As propostas foram rebatidas pelo superintendente de Operações e Eventos Críticos da ANA, Joaquim Gondim. Na semana anterior, a equipe técnica da agência federal apresentou números comprobatórios sobre a eficácia da prática do Dia do Rio. “É uma conta simples, que compara retirada de água do São Francisco e a economia com essa restrição”, pontuou Gondim.
O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Anivaldo Miranda, acompanhou a reunião através de videoconferência, no escritório do colegiado, em Maceió. “A ANA é o órgão mais abalizado para emitir parecer sobre essa questão e o Comitê apoia a agência nesse encaminhamento. Volto a repetir que os sacrifícios a que todos são submetidos por força da crise hídrica devem ser compartilhados por todos”, afirmou Anivaldo Miranda.
Sem chuvas
Semanalmente, a equipe técnica do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) apresenta os resultados das análises meteorológicas para a bacia do Velho Chico. Segundo eles, nenhuma precipitação foi registrada na região nos últimos sete dias, bem como não há previsão de registros significativos para a próxima semana.
Além disso, a equipe do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresentou as condições hidrológicas e de armazenamento dos reservatórios instalados na bacia do São Francisco. De acordo com as informações oficiais, a defluência atualmente praticada no chamado rio da integração nacional projeta para um armazenamento, no dia 1º de junho, de 48% de volume útil no reservatório de Três Marias, em Minas Gerais; 37% em Sobradinho, na Bahia; e 21% em Itaparica, em Pernambuco.
Também houve uma explicação por parte da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) sobre a elevação da vazão mínima de 600 metros cúbicos por segundo (m³/s) para 850 m³/s no domingo, dia 20, para suprir a deficiência na geração de energia eólica no Nordeste.
A próxima reunião promovida pela ANA está marcada para a segunda-feira, dia 28, a partir das 10h e transmitida por videoconferência para os estados inseridos na bacia do São Francisco. Participaram da reunião os representantes dos governos estaduais, órgãos federais ligados às questões do Velho Chico, Ministério Público Federal, Marinha, entre outros.

Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco lança a campanha “Eu viro carranca para defender o Velho Chico”



Pelo quinto ano consecutivo, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), comemora no dia 03 de junho, o Dia Nacional em Defesa do Rio São Francisco. Para divulgar essa data o CBHSF lançou, em 2014, a campanha “Eu viro carranca pra defender o Velho Chico”. O objetivo é conscientizar a população sobre a preservação do rio e mobilizar todos pelo uso responsável dos seus recursos hídricos.
Tendo a carranca como ícone, a ideia é chamar a atenção de todos para os graves problemas enfrentados pelo Rio e sua Bacia, e para a necessária e urgente revitalização, a fim de que o Velho Chico continue alimentando a vida e a esperança dos 18 milhões de brasileiros que dependem direta ou indiretamente de suas águas.
Para isso, serão realizadas uma série de atividades culturais e de educação ambiental, como distribuição de mudas, mobilização de crianças e adolescentes acerca do tema Rio São Francisco, através de totens interativos, shows musicais, barqueata, danças folclóricas regionais e muito mais.
Este ano, a campanha será realizada em duas cidades: Aracaju (SE) e Januária (MG).

Aracaju (SE)

No dia 03 de junho, a mobilização ocorrerá na orla, em frente ao Hotel do SESC (Atalaia). Entre os dias 04 e 06 de junho, acontece no Centro de Vivência da Universidade Federal de Sergipe – UFS.

Januária (MG)

 Em Januária, as atividades serão realizadas entre os dias 01 e 03/06, na Praça Patrocínio Motta.

Dia Nacional em Defesa do Rio São Francisco

 O Dia Nacional em Defesa do Rio São Francisco é uma iniciativa do Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco e propõe que o dia 3 de junho seja de mobilizações simultâneas em toda a extensão da bacia, alertando a todos para a necessidade de revitalização do rio. Este ano, além da mobilização via redes sociais, as atividades serão realizadas em Januária (MG), região do Alto São Francisco, e em Aracaju (SE), no Baixo São Francisco.


domingo, 20 de maio de 2018

Documentário e livro sobre o rio São Francisco serão lançados em Alagoas

Obras de mesmo nome, 'Navegar é Preciso - na Rota dos 200 anos', são do jornalista Mário Lima e do cineasta Charles Northrup.



Livro e documentário serão lançados no Palácio Floriano Peixoto (Foto: Adasilson Calheiros/Assessoria)

     Para celebrar o bicentenário de Alagoas, será lançado o livro e o documentário de mesmo nome “Navegar é Preciso - Na Rota dos 200 anos”, feitos pelo jornalista Mário Lima e o cineasta Charles Northrup. A solenidade acontece na Museu Palácio Floriano Peixoto, na noite de sexta-feira (27).
     O projeto "Na Rota dos 200 Anos" foi elaborado pelo governador Renan Filho no ano passado e levou autoridades e membros da sociedade civil a acompanhar uma viagem a bordo de catamarãs pelo rio São Francisco, um dos mais importantes do Nordeste e do Brasil. Com início em Piranhas, a expedição fez paradas em Pão de Açúcar, Traipu, Porto Real do Colégio e Penedo.
     Para o jornalista Mário Lima, o livro mostra a atual realidade da Bacia Hidrográfica do rio, com foco no Baixo São Francisco alagoano, a partir de uma série de reportagens, pesquisas e entrevistas realizadas durante a expedição.
     “Neste primeiro livro, além de contar com o diário de bordo do governador Renan Filho, ao longo das cidades ribeirinhas, de Piranhas a Penedo, o livro traz um brado alerta sobre a atual situação do rio São Francisco, e seus atuais problemas (controle de vazão da água, falta de chuvas, degradação das águas e das terras, navegabilidade, abastecimento, salinização das águas e saneamento básicos)”, afirmou Lima.
     Ainda segundo o jornalista, dos negros de Palmares comandados por Zumbi, na Serra da Barriga; até Porto Calvo, no Norte, com o surgimento dos engenhos de açúcar e a escravidão negra e índia; as guerras luso-flamengas, a luta e a morte do herói Calabar.
     A terra dos marechais que fundaram a República Brasileira, na antiga província Alagoa do Sul, hoje Marechal Deodoro; e Maceió, a capital das Alagoas, com sua história e reflexões sobre seu passado, presente e futuro, serão temas abordados em mais outros quatro livros que serão lançados.
     Para o cineasta Charles Northrup, através do documentário serão contadas histórias pelos ribeirinhos, seus conflitos, reivindicações e a relação umbilical e poética com o Velho Chico. Além disso, o levantamento feito durante a expedição e mostrado no filme é também um pedido de socorro.
    “Através de pesquisas ao longo dos últimos dez anos e dos relatos dos próprios ribeirinhos, conclui que uma das grandes missões deste projeto é mostrar que o rio São Francisco precisa ser revitalizado, pois a população clama por água”, ressaltou.

Compesa é multada por despejar esgoto sem tratamento no Rio São Francisco

Segundo a prefeitura de Petrolina, a Compesa foi a responsável pela ligação irregular, e, por isso, o município aplicou uma multa de R$20 milhões no órgão.


    
     A Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma) de Petrolina encontrou uma ligação clandestina de esgoto que despeja esgoto diretamente no Rio São Francisco. A irregularidade foi identificada em uma área entre o bairro Atrás Banca e Orla II, próximo a uma obra da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa). Segundo a prefeitura, a Compesa foi a responsável pela ligação irregular, e, por isso, o município aplicou uma multa de R$20 milhões no órgão.
     O diretor-presidente da Amma, Pedro Neto, revelou que o esgoto deságuava no Rio São Francisco sem nenhum tipo de tratamento. “O transporte desse esgoto estava sendo feito pela galeria de rede de água pluvial do município e não pela de esgoto. Então ele fazia a coleta e o transporte de maneira irregular, bem como o lançamento sem o tratamento no Rio São Francisco”, explicou.
     A irregularidade foi identificada na última segunda-feira (14). O município notificou a Compesa e deu um prazo de 10 dias para companhia resolver o problema. No auto de infração, a multa é classificada como simples, no valor de R$20 milhões de reais. A autuação tem como base os artigos 61 e 62 do decreto federal 6514/08 que tratam de poluição e lançamento de resíduos no meio ambiente.
     Em nota, a Compesa informou que recebeu com indignação a acusação da Prefeitura de Petrolina, e garantiu que não despeja esgoto no Rio São Francisco. Segundo o órgão, assim que a ligação clandestina foi identificada, foram também tomadas providências imediatas para correção. Inclusive a Compesa afirmou que está investigando quem fez essa ligação para que sejam aplicadas às penalidades. A companhia destacou ainda que também trabalha na fiscalização e no combate às ligações clandestinas de esgoto. A Compesa disse que vai recorrer na justiça do pagamento da multa aplicada pela prefeitura.

domingo, 13 de maio de 2018

Eletrobras pode destinar R$ 500 mi por ano para rio São Francisco

Proposta de destinar por 30 anos recursos da estatal para recuperar rio está no relatório do deputado federal José Carlos Aleluia sobre a desestatização


A Eletrobras deverá direcionar 500 milhões de reais por ano para a revitalização do rio São Francisco durante 30 anos após sua privatização, segundo proposta que constará de relatório do deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), relator na Câmara de um projeto de lei sobre a desestatização da elétrica.
O governo federal previa originalmente a destinação de 9 bilhões de reais para o rio, onde estão instaladas hidrelétricas da Chesf, subsidiária da estatal no Nordeste, mas informações na mídia diziam que o valor poderia subir ainda mais, para até 15 bilhões de reais.
“Estamos prevendo a destinação de 500 milhões de reais anuais da geração de energia das usinas do rio para a revitalização do Velho Chico”, escreveu Aleluia no Twitter.
Ele ainda reafirmou que pretende apresentar seu relatório sobre o assunto nesta quarta-feira.
Aleluia também disse na rede social que indicou o Banco do Nordeste como instituição gestora de um fundo que será criado para receber e aplicar os recursos que a Eletrobras direcionará ao São Francisco nas próximas décadas.
Fonte: https://exame.abril.com.br/economia/eletrobras-pode-destinar-r-500-mi-por-ano-para-rio-sao-francisco/

Seca do rio São Francisco deixa rastro desolador no norte de Minas

Consequências são sentidas na economia e na vida da população de Pirapora. Turismo teve queda de 60% em seis anos e os peixes sumiram das redes.



Quem passa pela avenida principal da cidade de Pirapora, a 346 km de Belo Horizonte, no norte de Minas, encontra um cenário desolador. O rio São Francisco, que banha o município, passa por uma das piores secas, desde 2011.
Além de ver as águas sumirem pelo caminho até o Nordeste do Brasil, pescadores perderam seu ganha-pão e comerciantes sentem o bolso esvaziar a cada ano com a queda do turismo na cidade. 
Neste vídeo em 360, a reportagem do R7 mostra a situação desoladora causada pela mudança do clima na região, potencializada pela ação predatória do homem.
As consequências são sentidas pelas mais de 50 mil pessoas da cidade, que, além de tristeza, se sentem desamparadas e sem esperança de uma mudança no cenário.