domingo, 13 de novembro de 2016

POESIAS SOBRE O RIO SÃO FRANCISCO

A poesia, além de informativa, traz a tona tudo o que o indivíduo precisa saber para preservar o rio São Francisco. O rio São Francisco está há muito tempo em uma situação nada agradável. Ele precisa da nossa ajuda! Poesias foram escritas enaltecendo as riquezas do rio com destaque para a degradação sofrida pelo Velho Chico, um desabafo e pedido de socorro. 

O que será do meu rio
se o seu leito
a fonte secou
então em meu peito
choro de dor?
O tempo passou
isto é certo
o que o homem fez?
Será que foi correto?
Costurou por dentro
petrificou de cimento
desviou seu percurso
e o São Francisco
correndo de risco
de desaparecer
não chega mais ao mar
a canção tornou-se obsoleta
ele vai pelas canaletas
terras irrigar
mas a prepotência
essa ciência
do coração humano
não imaginou a força da natureza
a mãe é zelosa
sem muita prosa
já deu seu recado
se não foi cuidado
como deveria
a seca um dia viria
lá na Serra da Canastra
onde eu aprendi
que o Rio nascia dali
é só uma terra ressecada
uma fonte tragada
Onde estão os peixes?
O que será da minha travessia
De Pernambuco e Bahia?
Petrolina e Juazeiro
será que verei por inteiro
uma geração passar
de um lado pro outro
sem precisar navegar?
sem precisar nadar?
Como ficarei sem o por do sol
Sem as noites de luar
sem o vento que o rio traz
seria o fim do meu rio
que minha alma se compraz?
Ah, São Francisco
corremos o risco
pra trazer o progresso
brotar do chão com sucesso
frutas que não nasce no Sertão
e a que custo agora se paga?
O fim de tuas águas
que a minha sede sacia
que a minha cidade embeleza?
Eu peço numa reza
Que Deus te dê vida
que exista uma saída
Pois hoje minha alma chora
lembrando os tempos de outrora
que em tuas águas me banhei
e nas tuas barquinhas atravessei….
Mariza Novaes


Rio de unidade nacional
Com seus transportes hidroviários
Com suas barragens e contos lendários,
Rio, de águas cristalinas sem igual.
Rio, de belas ilhas e águas profundas
De águas raras e correntezas,
Rio, de pedras e raras belezas,
Nascido no Estado das Minas Gerais.
Rio de praias e coroas belíssimas
União dos Estados, sem distinção,
Orgulho mineiro e nordestino,
Braço forte da nossa Nação.
Rio, do maior lago artificial do mundo
Rota dos nossos bravos bandeirantes,
Rio que mata a sede e o calor escaldante,
Rio São Francisco, tu és um gigante.
Rio de muitas e belas espécies de peixes
Paraíso de homens e belas mulheres,
Rio, base da irrigação,
Se não existisse, que seria das terras por onde corre?
Respondo eu, não seriam nada não.

Wilson Feitosa Luna




O DESABAFO DO RIO SÃO FRANCISCO
Eu sou apenas um rio
Porém não posso falar
Mas vou fazer um alerta
Através deste poeta
Que se pois, no meu lugar.
E vai passar pra vocês
Que me trás  a poluição
Sem ter nenhuma noção
Do que isso causará.

Eu me chamo Rio São Francisco,
Venho da serra da canastra
Vou levando a irrigação
Por onde minhas águas passam
Vou percorrendo o  sertão
Molhando toda essa massa.

Uns me chamam velho Chico
Outros me chamam chicão
Mas também sou conhecido
Como o rio da integração
Por banhar vários estados
Da nossa federação.

Pois, venho aqui, meu amigo,
Fazer o meu desabafo
Aqueles que me polui
Que tira de mim pedaço,
E pra aqueles que me preservam
Já deixo um forte abraço.

Faço aqui um apelo
Prá quem desmata o meu leito
Eu peço por caridade
um pouco mais de respeito
e se tu queres viver,
eu tenho o mesmo direito.

Tenho direito a viver
Sem haver poluição
Levar água pra beber
A toda população
E pra isso é preciso
Sua colaboração.

A o amigo agricultor,
Eu peço para você
Não jogue o lixo em mim
Isso só me faz sofrer…
Jogando o lixo no rio
Os peixes podem morrer.

Faço um apelo também;
Você aí da cidade…
Que faz de mim um refém
Da sua real crueldade
Tratem bem os seus esgotos,
Me faça essa caridade…

Não deixe sua vaidade
Acabar com o meu leito
Me preservar é preciso
Pois eu mereço respeito
Repensem mais os seus atos,
Repensem mais seus conceitos.

Se você tem o direito,
De viver eu também tenho
Se tu queres se empenhar
Eu também mereço empenho
Pois prá te sou necessário
Como a cana pro engenho.

E,é por isso que eu venho
Te pedir por gente lesa
Não façam transposição
E nem construam represas
Não peço isso por mim,
Peço pela a natureza.

Pois nada será surpresa
Se ela se revoltar…
Com raiva ,contra você
Você não vai suportar
Aí eu quero ver a culpa
Em quem você vai botar…

Vai ser tanto do penar…
Tanto arrependimento
Pais de famílias passando
Pelo o maior sofrimento
E eu sem poder fazer nada;
Por você, nesse momento.

E tu no teu aposento
Com o coração partido
Por não ter me escutado,
Não ter me dado ouvido
E, vai querer nesta hora
Tá morto no teu jazigo..

Isso é um grande pedido
Que faço a população
Desde as minas gerais
Até aqui, no sertão,
Pois é preciso começar
Minha revitalização .

E a sua compreensão
Agradeço desde já
Antes de chegar meu fim
Antes deu vim a secar
Pois, se é de mim poluir
É MELHOR ME PRESERVAR.

Raimundo Nascimento