terça-feira, 20 de dezembro de 2016

ÁGUA FORNECIDA EM PETROLINA ESTÁ FORA DOS PADRÕES DE CONSUMO, DIZ MPPE

Ministério Público exige que Compesa forneça água dentro 

dos padrões. Ação exige ainda análises semanais.


Uma ação civil pública do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) determina que a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) forneça, em Petrolina, no Sertão pernambucano, água dentro dos padrões de potabilidade estabelecidos pela legislação. De acordo com a ação, a água distribuída na cidade apresenta a presença de Coliformes Totais, ficando imprópria para o consumo.
Segundo a promotora de Justiça de Defesa do Consumidor de Petrolina, Ana Cláudia Sena, que ingressou com a ação civil pública, os relatórios enviados pela Compesa apresentam contaminação na própria saída das estações de tratamento e a presença desses microrganismos indica a necessidade de execução de medidas corretivas.
A ação exige ainda a análise da qualidade da água nas Estações de Tratamento de Água de Petrolina (ETAs), no distrito de Rajada, no povoado de Pau Ferro, nas localidades Agrovila C-1 e Agrovila N-11. A Compesa deve apresentar, no mínimo, duas amostras semanais e as análises devem ser realizadas por dois laboratórios independentes.
Em nota, a Compesa informou que houve uma falha no procedimento de análise das amostras coletadas pela própria empresa. Segundo a Companhia, o caso foi corrigido e que a água distribuída para a cidade está dentro dos padrões de potabilidade.
Esses padrões são estabelecidos pela Portaria n°2.914/2011, do Ministério da Saúde, que não permite a presença de E. Coli e nem de Coliformes Totais na água quando ela acaba de ser tratada.


VAZÃO SERÁ REDUZIDA NO INÍCIO DE JANEIRO NO SÃO FRANCISCO

A defluência do rio São Francisco, nos reservatórios de Sobradinho, na Bahia, e Xingó, entre Alagoas e Sergipe, será reduzida a partir da zero hora do dia 3 de janeiro para 700 m³/s. A decisão foi confirmada na manhã desta segunda-feira (19.12), durante reunião da Agência Nacional de Águas (ANA), em Brasília (DF), transmitida por videoconferência para os estados da bacia do São Francisco.
A medida, solicitada pelo setor elétrico, com o argumento de que somente assim seria possível garantir os usos múltiplos das águas, recebeu o aval do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que analisou os possíveis impactos que a vazão poderá provocar ao ecossistema. O órgão ambiental estabeleceu algumas condições à Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), responsável pela administração dos reservatórios, a exemplo de estudos sobre o monitoramento das águas, antes de autorizar a diminuição da vazão.
Com isso, a defluência do Velho Chico passará do patamar atual, de 750 m³/s, para 700 m³/s. A representação da Marinha na região do Baixo São Francisco anunciou, durante a videoconferência, que não tem poderes para autorizar ou proibir a mudança na vazão. Entretanto, comunicou aos órgãos participantes da reunião que registrou o surgimento de novos bancos de areia e a dificuldade para o funcionamento das balsas que fazem a ligação entre municípios dos estados de Alagoas e Sergipe.
Logo após a confirmação do novo limite da defluência, a Chesf encaminhou ofício comunicando a medida aos envolvidos no processo e que são impactados direta ou diretamente por ela. Devido a crise hídrica e a forte estiagem que atinge a bacia hidrográfica do São Francisco, a vazão do rio vem sendo reduzida paulatinamente desde 2013, quando saiu do nível de 1.300 m³/s.
CENÁRIO
Ainda na reunião promovida pela ANA, os técnicos do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) apresentaram os estudos realizados semanalmente sobre o cenário de chuvas para a bacia do São Francisco. A previsão para as próximas duas semanas é de redução no registro de chuvas, após a ocorrência de precipitação bastante favorável na região do Alto São Francisco. De acordo com os técnicos, os relatórios apontam para um cenário em que o reservatório de Três Marias, em Minas Gerais, terá acumulado uma média de 25% de sua capacidade até o dia 1º de janeiro e de 12,6%, no mesmo período, em Sobradinho. Nova reunião para continuar discutindo a questão está marcada para as 10h do dia 2 de janeiro.