segunda-feira, 27 de abril de 2015

Carros Limpa Fossa são flagrados poluindo o São Francisco em Petrolina-PE






Dois veículos Limpa fossa foram flagrado na tarde do último sábado (18/04) sendo despejando livremente  dejetos nas margens do Rio São Francisco.
Um leitor de Petrolina, presenciou a ação registrou em fotos e preocupado com a preservação do majestoso Rio, encaminhou a denuncia, tendo em vista que os dejetos coletados pelo veículo poderão sem dúvidas poluir as águas do nosso querido Velho Chico.
Coisas que só acontecem em uma cidade unde as leis não são respeitadas, será que os fiscais da  Agência Municipal de Meio Ambiente – AMMA são cegos? 
Fonte:http://petrolinaemdestaque.blogspot.com.br/2015/04/carros-limpa-fossa-sao-flagrados.html?spref=fb&m=1

terça-feira, 21 de abril de 2015

MÚSICAS SOBRE O RIO SÃO FRANCISCO

Deixe O Rio Desaguar

Flávio José


A água sai de Cabrobró
Parnamirim,Salgueiro,
Até Jati.
Deixe o rio desaguar doutor.

O São Francisco,com sua transposição
No meu nordeste
O progresso vai chegar
Se é que o Brasil
Agora está na mão certa
Na contramão
O meu sertão não vai ficar.

Priorize esse projeto,seu doutor
E deixe o rio desaguar.

Esse projeto
Centenário vai vingar
E com certeza
Será nossa redenção
Vamos ter muitos
Hectares de terra, tudo irrigados
É água pra mais de um milhão.

O Jaguaribe tá sequinho, seu doutor
Rio Piranhas,
Apodi e Castanhão.

Fonte: https://www.vagalume.com.br/flavio-jose/deixe-o-rio-desaguar.html





Petrolina Juazeiro



Nas margens do São Francisco nasceu a beleza
E a natureza ela conservou
Jesus abençoou com sua mão divina
Pra não morrer de saudade vou voltar pra Petrolina
Do outro lado do rio tem uma cidade
Que na minha mocidade eu visitava todo dia
Atravessava a ponte, mas que alegria
Chegava em Juazeiro, Juazeiro da Bahia
Petrolina, Juazeiro
Juazeiro, Petrolina
Todas as duas eu acho uma coisa linda
Eu gosto de Juazeiro
Mas adoro Petrolina
Ainda me lembro dos meus tempos de criança
Esquisita era a carranca e o apito do trem
Mas achava lindo quando a ponte levantava
E o vapor passava num gostoso vai-e-vem

Link: http://www.vagalume.com.br/jorge-de-altinho/petrolina-juazeiro.html#ixzz3iPxTHUzk


Sobradinho


O homem chega e já desfaz a natureza

Tira a gente põe represa, diz que tudo vai mudar

O São Francisco lá prá cima da Bahia

Diz que dia menos dia, vai subir bem devagar

E passo a passo vai cumprindo a profecia

Do beato que dizia que o sertão ia alagar

O sertão vai virar mar...

Dá no coração

O medo que algum dia

o mar também vire sertão

Vai virar mar,

Dá no coração

O medo que algum dia

O mar também vire sertão

Adeus Remanso, Casa - Nova, Santo-Sé

Adeus Pilão Arcado, vem o rio te engolir

Debaixo d'água lá se vai a vida inteira

Por cima da cachoeira o Gaiola vai subir

Vai ter barragem no salto do Sobradinho

E o povo vai se embora com medo de se afogar

O sertão vai virar mar...

Dá no coração

O medo que algum dia

O mar também vire sertão

Vai virar mar,

Dá no coração

O medo que algum dia

O mar também vire sertão

Remanso, Casa-Nova, Santo-sé, Pilão Arcado
Sobradinho

Adeus,adeus!


Link: http://www.vagalume.com.br/sa-e-guarabyra/sobradinho.html#ixzz3iPsuz6kW



Boato Ribeirinho
Wilson Duarte, Wilson Freitas e Nilton Freitas


Corre um boato na beira do rio
Que o velho Chico pode morrer
Virar riacho e correr pro nada

Viajando por temporada
Quando a chuva do meu Deus
Dará chegar, dará chegar

Já dizia Frei Luiz de Xique-Xique
Quão chique é ter
Um rio pra nadar a correr
Quão chique é ter
Um rio pra pescar e pra beber

Não deixe morrer
Não deixe o rio morrer
Se não que será de mim
Que só tenho esse rio pra viver

Que será
Que será de mim
Que será de José sera fim
Qual será o destino do menino
Que nasceu e cresceu aprendendo a pescar Surubim

Não deixe morrer
Não deixe o rio morrer
Se não morre o ribeirinho
De fome, de sede, de sei lá o quê
Se não morre o ribeirinho
De fome, de sede, de sei lá o quê.

Link: https://www.youtube.com/watch?v=T8aYUEMI7do



Barcarola do São Francisco


Compositor: Geraldo Azevedo / Carlos Fernando

É a luz do sol que encandeia
Sereia de além mar
Clara como o clarão do dia
Mareja o meu olhar
Olho d'água, beira de rio
Vento, vela a bailar
Barcarola do São Francisco
Me leve para amar

Era um domingo de lua
Quando deixei Jatobá
Era quem sabe esperança
Indo à outro lugar
Barcarola do São Francisco
Velejo agora no mar
Sem leme, mapa ou tesouro
De prata ou luar

Eu, em sonho um beija-flor
Rasgando tardes vou buscar
Em outro céu
Noite longe que ficou em mim
Quero lembrar

Era um domingo...

Link: http://www.vagalume.com.br/geraldo-azevedo/barcarola-de-sao-francisco.html#ixzz3isuPtX9F

Santo RIO
GERALDO AZEVEDO E CARLOS FERNANDO (ED. GERAÇÃO)
A CIDADE FICA MAIS BONITA

QUANDO A CHUVA MOLHA

QUANDO A CHUVA CAI
NO DORSO DO RIO SÃO FRANCISCO
NO ROMPER DA AURORA
EM TODO SEU TRAJETO
EM LINHAS TORTAS
DIREÇÃO AO MAR

PETROLINA LINDA (2X)

PEDRA SEVERINA

FLOR DA MATUTINA
EU TAMBÉM QUERO NAVEGAR

NAS ÁGUAS DO SANTO RIO

QUERO RELAXAR

NO VENTRE DA NATUREZA VIVA
COMO SE FOSSE UM FETO
NA BARRIGA UNIVERSAL

PETROLINA LINDA (2X)

PEDRA SEVERINA

FLOR DA MATUTINA
EU TAMBÉM QUERO NAVEGAR




OPARA (SALVE SÃO FRANCISCO)
GERALDO AZEVEDO/ CLOVIS NUNES (ED. GERAÇÃO)
OPARA, RIO MAR,
OPARA, RIO MAR,
OPARA
SEJAM AS ÁGUAS DE FRANCISCO MAIS
SEJAM AS ÁGUAS DE FRANCISCO MAIS
É O SANGUE QUE CORRE
NO CORPO DA TERRA
E A TERRA QUER PAZ
ÁGUA DOCE ESSENCIAL
QUE SACIA SEUS FILHOS
DIVINO FLUIDO VITAL
SALVE SÃO FRANCISCO
SALVE ESSE BRILHO
SALVE SÃO FRANCISCO
SALVE ESTE TEU RIO
QUE O NOSSO OLHAR
NUNCA O VEJA VAZIO
E NA PAZ DE SUAS ÁGUAS
DE SUAVE BELEZA
POSSAMOS CONTEMPLAR
SUA IMENSA GRANDEZA
CONTEMPLAR SUA NATUREZA
RIO MAR, OPARA
RIO MAR, OPARA



CARRANCA QUE CHORA
GERALDO AZEVEDO E CAPINAN (ED. GERAÇÃO/ DIRETO)
CARRANCA QUE CHORA
VELHO RIO QUE MORA
NO MEU CORAÇÃO
NAVEGA GAIOLA
VAI PRESA E NAVEGA
A MINHA PAIXÃO
UMA CANOA VAI
VELHO RIO SE ESVAI
SEM ÁGUA E SEM VELA
NAVEGA A MINHA SOLIDÃO
O BATUQUE DAS ÁGUAS, AI AI
É O BATUQUE DAS MÁGOAS
NUM LEITO VAZIO
BATUQUE DAS ALMAS
NAS NOITES DE FRIO
E O BATUQUE DESÁGUA
NO MEU CORAÇÃO
E VEM LUA CHEIA
QUEIMANDO NA NOITE DE VERÃO
AS SAUDADES DO VELHO CHICO
NO SEU LEITO VAZIO
DEITA A MINHA SOLIDÃO
NO CLARÃO DA LUA
A PAISAGEM NUA
SÃO AS MARGENS VAZIAS
DA MINHA PAIXÃO


PETROLINA E JUAZEIRO
GERALDO AZEVEDO E MORAES MOREIRA (ED. GERAÇÃO/ED. WARNER CHAPPELL)
DE TODO LADO É BONITO
SÃO DOIS ESTADOS DE ESPÍRITO
NO MEIO FICO E NÃO NEGO
NAVEGO NO VELHO CHICO
DE TODO LADO É BONITO
SÃO DOIS ESTADOS DE ESPÍRITO
NO MEIO FICO E NÃO NEGO
NAVEGO NO VELHO CHICO
MEU BARCO É MEU CORAÇÃO
QUE VAI SEM MÁGOA
NAS ASAS DESSA PAIXÃO
ATÉ O CAIS
BEIRA DE RIO PERNAMBUCO BAHIA
TODO VAPOR MARINHEIRO
PODE TRAZER MEU AMOR JUAZEIRO
BELA MENINA
PODE TRAZER MEU AMOR PETROLINA
E JUAZEIRO



CARRANCA QUE CHORA
GERALDO AZEVEDO E CAPINAN (ED. GERAÇÃO/ DIRETO)
CARRANCA QUE CHORA
VELHO RIO QUE MORA
NO MEU CORAÇÃO
NAVEGA GAIOLA
VAI PRESA E NAVEGA
A MINHA PAIXÃO
UMA CANOA VAI
VELHO RIO SE ESVAI
SEM ÁGUA E SEM VELA
NAVEGA A MINHA SOLIDÃO
O BATUQUE DAS ÁGUAS, AI AI
É O BATUQUE DAS MÁGOAS
NUM LEITO VAZIO
BATUQUE DAS ALMAS
NAS NOITES DE FRIO
E O BATUQUE DESÁGUA
NO MEU CORAÇÃO
E VEM LUA CHEIA
QUEIMANDO NA NOITE DE VERÃO
AS SAUDADES DO VELHO CHICO
NO SEU LEITO VAZIO
DEITA A MINHA SOLIDÃO
NO CLARÃO DA LUA
A PAISAGEM NUA
SÃO AS MARGENS VAZIAS
DA MINHA PAIXÃO



SAUDADE DO VAPOR
VAVÁ CUNHA (ED. GERAÇÃO)
HOJE NÃO EXISTEM MAIS AQUELAS VIAGENS
QUE A GENTE FAZIA MUITO TEMPO ATRÁS
PENDURADO EM UM VAPOR OLHANDO AS PAISAGENS
ESPERANDO A TARDE PRA VER O SOL SE POR
ME LEMBRO DE VOCÊ QUE VIAJAVA
INDO DE FERIAS PARA O INTERIOR
REVER ALGUNS PARENTES E AMIGOS
E TUDO AQUILO QUE POR LÁ FICOU
EM CADA PORTO UMA MULTIDÃO
EM CADA ROSTO A EXPRESSÃO DE TRISTEZA E DE ALEGRIA
MUITOS SORRINDO QUANDO ALGUÉM CHEGAVA
OUTROS CHORANDO QUANDO ALGUÉM PARTIA
CHEGANDO EM JUAZEIRO
APERTAVA O CORAÇÃO
QUANDO APITO ANUNCIAVA
O FINAL DA EXCURSÃO
E AGENTE VOLTAVA PRA CASA
TRAZENDO NO PEITO
A SAUDADE DE ALGUÉM
ENTRE BEIJOS,SORRISOS E ABRAÇOS
DESPEDIA DIZENDO: ATÉ O ANO QUE VEM
NUNCA MAIS NOS ENCONTRAMOS
TUDO AQUILO ACABOU
SÓ FICOU SAUDADE
NÃO EXISTE MAIS VAPOR



SÃO FRANCISCO HELP
GERALDO AZEVEDO E LUIZ GALVÃO (ED. GERAÇÃO/ED. DIRETO)
SÃO FRANCISCO
QUE DEU QUE DÁ
SÃO FRANCISCO
ATÉ QUANDO DARÁ
SÃO FRANCISCO
QUE DEU DE BEBER
PRA TANTOS BEBÊS
E DARÁ
DESCE O RIO LÁ DA SERRA
AS ÁGUAS SONHAM COM O MAR
AONDE REINAVA PEIXE
E NAVEGAVA NAVIO
O QUE HÁ
É ESGOTO E VENENO
SUJEIRA JOGADA NO RIO
SAUDADES DE SOM DE PÁSSAROS
QUEDAS D`ÁGUA , CACHOEIRAS
ÁRVORES, GARÇAS `A BEIRA
E BALSAS A DESLIZAR
MARIA JÁ NÃO ME ABRAÇA
AS NUVENS DE CHUVA AGORA
É OLHO QUE APENAS CHORA
FUMAÇA NO AR QUE ARDE
COM ASSOREAMENTO NAS MARGENS
PAISAGEM DE FIM DE TARDE
SÃO FRANCISCO, MEU AMIGO
NA CORRENTE DO DESTINO
O TEU SALDO É POSITIVO
POIS MOLHA UVA, MANGA E MELÃO
SALVE O SÃO FRANCISCO
QUE SALVA TODA A PLANTAÇÃO
SALVE O SÃO FRANCISCO
QUE NÃO MERECEM O QUE JOGAM EM MEU RIO
SALVE O SÃO FRANCISCO
É REPRESA, É DESVIO
SALVE O SÃO FRANCISCO
RIO DA INTEGRAÇÃO
SALVE O SÃO FRANCISCO
QUER AMOR, A MORTE NÃO
SÃO FRANCISCO HELP, HELP
SÃO FRANCISCO HELP, HELP



FRANCISCO FRANCISCO
ROBERTO MENDES E CAPINAM (ED. NOWA/ ED. UNIVERSAL MUSIC / ED. DIRETO)
O MENINO E O VELHO CHICO VIAGENS
MERGULHAM EM MEUS OLHOS
BARRANCOS CARRANCAS PAISAGENS
FRANCISCO FRANCISCO
TANTAS ÁGUAS CORRIDAS
LÁGRIMAS ESCORRIDAS
DESPEDIDAS SAUDADES
FRANCISCO MEU SANTO
A VELHA CANOA
GAIOLA SÃO PÁSSAROS
FLUTUANTES IMAGENS
DESÁGUAM OS INSTANTES
O VENTO E A VELA
ME LEVAM DISTANTE
ADEUS VELHO CHICO
DIZ O POVO NAS MARGENS
ADEUS VELHO CHICO
DIZ O POVO NAS MARGENS

O Ciúme



Dorme o sol à flor do Chico, meio-dia

Tudo esbarra embriagado de seu lume 

Dorme ponte, Pernambuco, Rio, Bahia 

Só vigia um ponto negro: o meu ciúme 

O ciúme lançou sua flecha preta 

E se viu ferido justo na garganta 

Quem nem alegre nem triste nem poeta 

Entre Petrolina e Juazeiro canta 

Velho Chico vens de Minas 

De onde o oculto do mistério se escondeu 

Sei que o levas todo em ti, não me ensinas 

E eu sou só, eu só, eu só, eu 

Juazeiro, nem te lembras dessa tarde 

Petrolina, nem chegaste a perceber 

Mas, na voz que canta tudo ainda arde 

Tudo é perda, tudo quer buscar, cadê 

Tanta gente canta, tanta gente cala 

Tantas almas esticadas no curtume 

Sobre toda estrada, sobre toda sala 

Paira, monstruosa, a sombra do ciúme


Riacho do Navio



Riacho do Navio
Corre pro Pajeú
O rio Pajeú vai despejar
No São Francisco

O rio São Francisco
Vai bater no mei' do mar
O rio São Francisco
Vai bater no mei' do mar

Se eu fosse um peixe
Ao contrário do rio
Nadava contra as águas
E nesse desafio

Saía lá do mar pro
Riacho do Navio
Eu ia direitinho pro
Riacho do Navio

Pra ver o meu brejinho
Fazer umas caçada
Ver as "pegá" de boi
Andar nas vaquejada

Dormir ao som do chocalho
E acordar com a passarada
Sem rádio e sem notícia
Das terra civilizada
Sem rádio e sem notícia

Link: http://www.vagalume.com.br/luiz-gonzaga/riacho-do-navio.html#ixzz3iszvAyKw


I-Margem
Paulo Araujo

Há um rio afogando em mim
Secando, secando, secando
Tem rompante os mistérios que já vi Esperando, esperando, esperando o fim Foi na margem do meu peito
Que você pisou e se fez dona
Só pra magoar minha ciranda
Que desanda, que desanda, se diz andar
Esse peso desaba e condena
A faminta pescadeira
E por mais que você não sinta
Ramos e remos, cores e troncos Coroas viúvas
Do coito do corpo
Do corte da lua
Do sol do luar
Foi na margem do meu peito
Que você pisou e se fez dona
Só pra magoar minha ciranda
Que desanda, que desanda, se diz andar
Se esse rio desaguar em ti
Viverás, viverás, viverás sem mim
E se não acontecer assim
Morrerá, morrerá, morrerá enfim.
https://www.youtube.com › watch



quinta-feira, 9 de abril de 2015

RIO SÃO FRANCISCO

 Velho Chico

O rio São Francisco caminha para o mar, irriga a terra árida e realiza um verdadeiro milagre de São Francisco: dá vida ao sertão.



O rio São Francisco tem 2,7 mil quilômetros de extensão e corta cinco estados brasileiros: Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Desde sua nascente em São Roque de Minas (MG), em local conhecido como “Chapadão do Zagaia”, até sua foz no Oceano Atlântico, na divisa entre Sergipe e Alagoas, são mais de 500 municípios banhados pela bacia, onde vivem 14 milhões de habitantes, população maior que a de países como Cuba, Suécia, Chile, Grécia e Paraguai. O Velho Chico foi descoberto por Américo Vespúcio. Em suas margens pernambucanas formou o primeiro povoamento que usaria suas águas como fonte de vida.
O rio São Francisco caminha para o mar, irriga a terra árida e realiza um verdadeiro milagre de São Francisco: dá vida ao sertão. Alguns olhos-d'água escondidos pela vegetação baixa e ressecada do Chapadão da Zagaia, Serra da Canastra, Minas Gerais, geram um dos maiores rios do Brasil, cerca de 640 mil quilômetros quadrados, que ocupa 8% do território brasileiro, o rio da unidade nacional, o Velho Chico. Mais que um rio, o Velho Chico é um fato cultural, como o Velho Nilo, seu irmão africano - a medida é outra, mas o sentido é o mesmo.

Nascente

O rio São Francisco nasce num brejo da Serra da Canastra, a cerca de mil metros de altura, logo ao deixar a serra despenca 200 metros na cachoeira Casca d'Anta, desce em degraus e, entre Pirapora (MG) e Juazeiro (BA), flui suavemente, permitindo que barcos de todos os tamanhos naveguem suas águas. Era esse o trecho percorrido até pouco tempo pelas famosas gaiolas. Hoje, o Parque Nacional da Serra da Canastra preserva a nascente do grande rio, guarda vales de excepcional beleza, florestas nativas, campos e, para arrematar, tamanduás, tatus-canastra e lontras, ao vivo, em cores e sem grades. 

Foz

Após despencar 80 metros na cachoeira de Paulo Afonso, o rio São Francisco corre manso mais 310 quilômetros e por fim encontra o mar. É o maior rio inteiramente brasileiro. O Velho Chico deságua numa costa lisa, entre coqueirais e manguezais, dunas e praias douradas.

Características Físicas:
  •  Declividade média: 8,8cm/km
  •  Média das vazões na foz: 2.943m3/seg.
  •  Tipo de foz: Estuário
  •  Velocidade média de corrente: 0,8m/seg (entre Pirapora-MG e Juazeiro-BA)
  •  Sentido da corrente: Sul/ Norte
Principais Afluentes: 
  • Rio Paraopeba
  • Rio Paracatu
  • Rio Abaet
  • Rio Verde Grande
  • Rio das Velhas
  • Rio Carinhanha
  • Rio Jequita
  • Rio Corrente
  • Rio Urucuia
  • Rio Grande
Hoje, o estado de degradação em que o rio se encontra é um retrato de como o país vem administrando seus recursos naturais. Dentre os principais agentes poluidores do São Francisco destacam-se as ações desordenadas de mineradoras, a erosão do solo, o uso indiscriminado de agrotóxicos. Mas o grande vilão é a região metropolitana de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, que polui seu maior afluente, o Rio das Velhas.
O rio São Francisco é vítima do desmatamento e queimadas desde a sua nascente, na Serra da Canastra, em Minas Gerais, da poluição na forma de agrotóxicos, esgotos domésticos e industriais, além do desvio de água cada vez maior para projetos de irrigação mal elaborados, o Velho Chico a cada ano tem diminuído perigosamente o seu volume de água e a navegação já não se faz em determinados trechos e em determinadas épocas.
O rio é vítima do desprezo e da irresponsabilidade de sucessivos governantes, seja a nível federal ou estadual, insensíveis e incapazes da adoção de medidas para impedir a sua morte lenta. As derrubadas e queimadas de árvores, seja na nascente ou ao longo do seu percurso, estão cada vez maiores. As cidades ribeirinhas (mais de 150) não têm sistema de tratamento de esgoto e as indústrias idem, despejando toda sujeira no seu leito. Agricultores, uns sem escrúpulos, outros por falta de orientação, usam e abusam de agrotóxicos em plantações nas margens do rio e esse veneno também é conduzido para o Velho Chico.
O desmatamento, além de contribuir para secas constantes nas nascentes do São Francisco e de seus afluentes, provoca a queda de barrancas e, conseqüentemente, o assoreamento do rio (acúmulo de terra no leito). O resultado disso é o perigo e dificuldade de navegação, pois muitas ilhas já estão formadas em seu percurso.

Lendas e Mitos

Para espantar mau olhado, espírito presepeiro, mal-assombro e pescaria ruim: caretas. Na base do quanto mais feia melhor, o nome oficial é carranca. Na proa, esculpidas em madeira, um rosto assustador, são monstros temíveis cuja função é botar pra correr os mitos originários e residentes no São Francisco, como a Mãe-d'água e o Minhocão. De sobra, no passado, susto também para os indesejáveis jacarés, hoje extintos. Em algumas partes, as figuras de proa eram chamadas também de cara de pau ou leão de barca.
O personagem Negro d'Água, sai das águas para pedir fumo, e a Mãe d'Água, amiga das lavadeiras que adora presentes, já fazem parte da cultura local.
Há muito tempo, lá na Serra da Canastra, existia uma grande tribo indígena, em que vivia uma linda cabloca chamada Iati. Com o início de uma grande guerra no norte, todas as tribos do sul foram convocadas e o noivo de Iati partiu entre os guerreiros. Mas eles estavam em número tão grande que seus passos afundaram no sulco do Cerrado. Iati, triste e desolada, chorou copiosamente até os últimos dias de sua vida. Suas lágrimas desesperadas formaram a Cachoeira de Casca Dantas e seguiram o sulco afundando pelos passos dos guerreiros, formando o Rio São Francisco.

Fonte parcial: Governo de Minas Gerais

Fonte: http://ambientes.ambientebrasil.com.br/agua/artigos_agua_doce/o_velho_chico.html

Para comprovar tudo isso e mais ainda a ocupação imobiliária desordenada entre as cidades de Petrolina (PE) e Juazeiro (BA), os alunos da Escola Dr. Pacífico R. da Luz produziram um vídeo que denuncia a poluição por esgotos a céu aberto.

http://www.youtube.com/watch?v=6lile26atYs

Milton Santos é lembrado no Congresso Nacional

Deputados ressaltam crítica de Milton Santos à globalização econômica
Luiz Cruvinel

Deputados ressaltaram nesta terça-feira a postura crítica do geógrafo Milton Santos ao modelo exclusivamente econômico de globalização. A avaliação foi feita durante sessão solene, solicitada pelo deputado Luiz Alberto (PT-BA), em homenagem ao intelectual baiano, morto em 2001.
Para o autor do requerimento, Santos foi um crítico feroz da visão apenas financeira do mundo. “Milton Santos transformou a geografia e se preocupava principalmente com as cidades desiguais. Ele criticou fortemente a globalização excludente.” Na opinião de Luiz Alberto, o intelectual permanece um “farol” para os que combatem as desigualdades.
O presidente da Câmara, Marco Maia, em carta lida pelo deputado Mauro Benevides (PMDB-CE), ressaltou a originalidade da crítica de Milton Santos. “Ele dissecou a globalização muitos antes desse conceito ser discutido”, afirmou.
Segundo o deputado Edson Silva (PSB-CE), o geógrafo foi pioneiro na análise crítica da globalização e das suas consequências desiguais em grande parcela da população.
O deputado Amauri Teixeira (PT-BA) lembrou que o geógrafo, “maior crítico da globalização”, morreu no auge desse processo. “A globalização era apenas financeira e não favorecia a maioria dos povos, principalmente os mais pobres e oprimidos”, disse.
Intelectual negro
A ministra Luiza Bairros, secretária de Promoção de Políticas de Igualdade Racial, exaltou a importância de Milton Santos na superação do preconceito e por ter se destacado como intelectual em todo o mundo. Ela criticou o preconceito de quem ainda considera a expressão “intelectual negro” como uma contradição.
“A importância de Milton Santos ultrapassou fronteiras, construiu uma trajetória ímpar entre os netos de africanos escravizados no Brasil”, afirmou ainda o deputado Luiz Alberto.
Prêmio mundial
Milton Santos recebeu o Prêmio Vautrin Lud, conferido por universidades de 50 países e considerado a principal premiação mundial no campo da geografia. Ele viveu exilado de 1964 a 1977, período em que lecionou em universidades da Europa, África, América Latina e Estados Unidos.
Apesar de ter se graduado em direito, Milton destacou-se por seus trabalhos em diversas áreas da geografia, em especial nos estudos de urbanização do Terceiro Mundo. Sua obra “O espaço dividido”, de 1979, desenvolve uma teoria sobre o desenvolvimento urbano nos países subdesenvolvidos e é considerado um clássico mundial. Recebeu 18 títulos de doutor honoris causa e teve mais de 40 livros publicados.
Reportagem – Tiago Miranda
Edição – Ralph Machado

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