O envolvimento de um agrônomo com a natureza que ajudou a recompor o Velho Chico.
Em projetos por escolas, importância da preservação entra em pauta (Foto: Arquivo Pessoal)
É comum as crianças saírem de casa para
brincar e voltar com um possível animal de estimação. Um cachorro encontrado na
rua, um gato que foi pego sozinho ou mesmo uma cobra que achou no brejo.
A história a seguir é sobre um homem que
sempre foi fascinado pela natureza e pela preservação. O hábito de cuidar dos
répteis encontrados no interior da Bahia é só uma mostra de alguém que carrega
o valor pela terra no sobrenome.
Victor Flores, de 28 anos, nasceu em Campo
Formoso na Bahia e teve uma infância de repleto contato com o meio ambiente.
Mas uma viagem para a Ilha do Rodeadouro, no Rio São Francisco, iniciou o
fascínio pelo manancial.
Rio São Francisco passa por cinco estados e mais de 500 municípios (Foto: Victor Flores)
“Tinha 12
anos quando fiz o passeio. Voltei para minha casa com ótimas recordações” conta
o rapaz que só foi repetir o feito quando dobrou a idade. A segunda
experiência, porém, causou um impacto extremamente negativo. Doze anos depois
do primeiro encontro, o solo estava exposto, a mata ciliar repleta de erosões e
a área mais rasa com muitos bancos de areia.
Quando
Victor ingressou no curso de agronomia, aumentou o envolvimento para
revitalização de trechos do Velho Chico. Ao analisar a qualidade da água,
concluiu que a taxa de oxigênio estava cinco vezes abaixo do normal. Isso
porque o esgoto era jogado no local, plantas aquáticas se desenvolviam a partir
da sujeira e “disputavam” o oxigênio com outros seres vivos.
Projeto de Victor Flores previa mover as plantas formando correnteza (Foto: Arquivo Pessoal)
Victor
Flores, então, idealizou um projeto a partir de uma brincadeira de criança. Ao
mover uma quantidade de água dentro de um copo é possível fazer uma espécie de
redemoinho. Mas, ao observar com atenção, algumas bolhas de oxigênio também se
formam da experiência.
Assim, em parceria com a prefeitura, o projeto retirou o esgoto do
trecho do Rio e moveu as plantas, a favor dos ventos, de forma a criar uma
correnteza. Com isso, o oxigênio foi recuperado e espécies de peixes puderam
ser inseridas para retomar a pesca no local. “Além disso, é notável a melhora
da autoestima da população”, conta o rapaz.
O mesmo trecho do Rio São Francisco antes e após o projeto (Foto: Victor Flores)
Hoje Diretor de Projetos Ambientais da Agência Municipal do Meio
Ambiente de Petrolina (PE), Victor também realiza projetos de educação
ambiental nos bairros, o ensino de plantio de árvores para crianças e
compartilha seus desafios no site VictorFlores.Org.
De um menino fascinado por um rio e pela preservação a um adulto dono de
projetos sustentáveis. “Ainda temos muito trabalho pela frente, são inúmeros
desafios, porém me sinto motivado e vibro a cada resultado positivo”.
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