Geovale do rio São Francisco
A produção do espaço geográfico, cultura, impactos ambientais e notícias do Vale Submédio São Francisco, entre Bahia e Pernambuco.
segunda-feira, 14 de outubro de 2024
sábado, 27 de julho de 2024
quarta-feira, 17 de julho de 2024
Coordenador da CCR Submédio participa de reunião ordinária do CBH Salitre e discute sobre a desertificação na bacia do São Francisco
Buscando a integração das pautas entre os comitês afluentes e o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, o coordenador da Câmara Consultiva Regional do Submédio São Francisco, Cláudio Ademar esteve no último dia 11 no município de Morro do Chapéu (BA), onde participou da XLVI Reunião Plenária Ordinária do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Salitre.
Sendo uma das regiões fortemente impactadas com conflitos diversos ao longo do seu leito, durante a reunião foram abordadas ações desenvolvidas nas Unidades de Conservação de Morro do Chapéu e interligação com as Bacias Hidrográficas, além da apresentação de estudo sobre reuso de água e apresentação sobre o Fundo Eletrobrás para Projetos Ambientais.
O coordenador da CCR Submédio, Cláudio Ademar destacou as ações desenvolvidas pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco através da CCR Submédio no combate à desertificação. Em 2023, foi criado o Grupo de Trabalho com a participação do Governo Federal através dos seus ministérios, para discutir, propor e realizar ações de combate à desertificação na bacia do São Francisco. Este ano, a CCR Baixo São Francisco também se uniu à iniciativa.
“Essa aproximação do Comitê da Bacia do São Francisco com seus afluentes é essencial para uma boa prática de gestão da bacia como um todo. Não adianta a gente pensar na calha sem pensar nos seus afluentes, até porque os afluentes são os canais que trazem água para a calha do São Francisco, então precisamos ter um objetivo, metas de gestão de toda a bacia e aí aproximar o comitê dos afluentes é a estratégia correta para isso. Na reunião, falamos sobre a desertificação, assunto que interessa a todo mundo e onde nossa região é muito afetada, então foi bastante produtivo criar um canal de aproximação. Tenho buscado, como coordenador, fazer essas aproximações. Já estivemos com o CBH do Lago de Sobradinho e agora do Comitê do Salitre e vamos buscar sempre estar próximo porque, reforço, a visão tem que ser de bacia como um todo”, afirmou o coordenador da CCR, Cláudio Ademar.
A presidente do CBH Salitre, Suely Nelson Argôlo agradeceu a parceria com o CBHSF. “Agradecemos ao Comitê do São Francisco pelo compartilhamento de saberes que fortalecem o nosso Comitê de Bacias. Também contamos com a palestra sobre o estudo do reuso de água feita pela EMBASA /Salvador e a apresentação das Unidades de Conservação de Morro do Chapéu e interligação com as Bacias Hidrográficas. Ressalto que essas informações são de fundamental importância para podermos avançar na luta em sintonia com todos os atores e parceiros que possam nos fortalecer nessa caminhada voluntária que só abraça quem tem amor pela causa”, destacou a presidente do CBH Salitre.
Rio Salitre
A bacia do rio Salitre faz parte da bacia do rio São Francisco, localizada no norte do Estado da Bahia tendo os rios Vereda da Caatinga do Moura, Pacuí e Riacho Escurial como parte de sua fonte hídrica, abrangendo nove municípios e uma população de mais de 96 mil habitantes.
O rio Salitre nasce na localidade de Boca da Madeira, no município de Morro do Chapéu (BA), percorre cerca de 333 quilômetros até desaguar no Rio São Francisco em Juazeiro, onde se torna perene. Nesse trecho se encontram adutoras que auxiliam a subsistência de diversos produtores. Mas é nesse ponto em que também ocorrem conflitos pelo uso da água.
Na região de Juazeiro, o rio percorre o Projeto Salitre, que conta atualmente com 255 lotes agrícolas destinados a pequenos produtores rurais e 68 empresariais em uma área de 5.098 hectares onde 1,5 mil hectares correspondem à área irrigada cultivada.
quarta-feira, 3 de julho de 2024
Conheça os impactos que a transposição do rio São Francisco pode provocar no clima
Sem revitalização das águas, transposição pode contribuir para problemas ambientais no futuro, aponta especialista.
Mais de 20 milhões de brasileiros vivem em toda a Bacia Hidrográfica do São Francisco, maior rio do país que atualmente vive o processo final de transposição das suas águas, nomeado Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF). O projeto consiste em uma obra de R$ 14 bilhões do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) que tem como objetivo levar água para regiões secas e semiáridas do Nordeste.
A longo prazo, no entanto, a tentativa de ajuda pode se converter em problema. É o que alerta o vice-presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) Marcus Vinícius Polignano. “A transposição é um esforço de um rio que já está precisando ser revitalizado. Isso implica em mais perda de vitalidade e, quando há descuido do meio ambiente, consequentemente há o acúmulo de energias que podem gerar os efeitos cataclísmicos”, pontua.
Outro possível problema que pode ocorrer através da transposição é o uso da água transposta para a irrigação e não apenas para o consumo, o que possivelmente demandaria o desmatamento de áreas cobertas por vegetação e uso excessivo de água. Ambas as situações são capazes de gerar aumento da temperatura – contribuindo para o aquecimento global – e desabastecimento na região de funcionamento do sistema de irrigação.
O Rio São Francisco é responsável por 70% da água consumida no Nordeste. De acordo com o IBGE, a bacia São Franciscana percorre 609 municípios em diversos estados. O dado, contudo, difere do dado informado pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), que aponta que o rio percorre 505 municípios em seis estados (Minas Gerais, Goiás, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe), além do Distrito Federal, de modo que sua bacia corresponde a 8% do território nacional e abriga três biomas: Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica.
Diante da sua amplitude, os municípios cortados pelo Velho Chico são divididos em quatro regiões fisiográficas: Alto São Francisco, Médio São Francisco, Submédio São Francisco e Baixo São Francisco. Com a transposição, há a formação de dois eixos: o Eixo Norte, que leva água para cidades em Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte; e o Eixo Leste, que abastece as cidades de Pernambuco e Paraíba através de canais e sistemas de bombeamento.
domingo, 9 de julho de 2023
Conheça o São Francisco, rio da integração nacional
O rio São Francisco nasce em Minas Gerais, a 1200 metros de altitude, na Serra da Canastra. Sua nascente geográfica está localizada em Medeiros, no Centro-Oeste do Estado, e sua nascente histórica, em São Roque de Minas. São várias nascentes que formam a cabeceira do rio São Francisco na Serra da Canastra.
Do alto das montanhas mineiras, suas águas descem e percorrem 2.883 km por Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas, até desaguar no Oceano Atlântico, em sua foz entre os Municípios de Brejo Grande (SE) e Piaçabuçu (AL). Ao todo, a área hidrográfica da bacia do rio São Francisco é de 641.000 km², além de 168 afluentes diretos, sendo 90 em sua margem esquerda e 78 na margem direita.
Conhecido como Velho Chico e também chamado de Nilo Brasileiro em alusão ao rio Nilo, histórico rio que nasce no Nordeste da África, entre Ruanda e Etiópia, percorrendo vários países, desde a antiguidade, como o Egito, até desaguar no Mar Mediterrâneo. Suas águas irrigam e fertilizam terras em suas margens.
O rio São Francisco é o canal que leva água do rio para o Projeto Jaíba, o maior projeto de irrigação da América do Sul, abrangendo mais de 100 mil hectares de irrigação, tornando as terras férteis, produzindo frutas e hortaliças para todo o Brasil.
O mesmo papel que o Nilo tem, o rio São Francisco exerce no Brasil, devido a suas águas irrigarem e fertilizarem as terras em suas margens, principalmente durante as cheias, por isso a comparação.
A movimentação era intensa nesse período vindo a reduzir drasticamente no início do século XIX, com a decadência da extração mineral em Minas Gerais, que reduziu o crescimento dos povoados e cidades, mas fez surgiu novas atividades como o comércio fluvial, a agricultura de subsistência e o turismo.
Dezenas de milhares de famílias ribeirinhas vivem da pesca e das águas do Velho Chico que irrigam plantações de uvas de mesa para consumo e produção de vinhos, cultivo de frutas tropicais, hortaliças e legumes. Além disso, cidades à beira do rio São Francisco têm forte vocação para o turismo, já que suas margens formam belíssimas praias fluviais, gerando emprego e renda.
Durante décadas, Pirapora, no Norte de Minas, esteve ligada à cidade baiana de Juazeiro pelas águas do rio São Francisco, com o famoso e histórico barco a Vapor Benjamim Guimarães, que levava mercadorias, além de fazer o transporte de passageiros. Ainda em funcionamento, mas em reformas, o velho Benjamim Guimarães retornará a navegar nas águas do rio São Francisco, mas apenas com passeios turísticos e ainda por curta distância.
O barco, bem como o rio São Francisco, são símbolos de Minas Gerais.
Fonte: https://www.hojeemdia.com.br/turismo/conheca-o-s-o-francisco-rio-da-integrac-o-nacional-1.958841